domingo, 5 de julho de 2015

Capitães da Areia, de Jorge Amado



Título: Capitães da Areia
Autor: Jorge Amado
Editora: Record
Ano: 1937-1991
Páginas: 272


Sobre os personagens principaisPedro Bala, Chefe dos Capitães da areia que é conhecido por um talho no rosto; Professor, apelidado por ser o contador de histórias e por gostar muito de ler e desenhar, mesmo no meio do caos vivido por eles; Gato, garoto bonito e charmoso que dorme com uma prostituta e arranca quanto pode o seu dinheiro; Volta-seca, afilhado de Lampião; Pirulito, o único entre os capitães que gosta do que o padre José Pedro fala e seu sonho é ser missionário; Dora, a única garota do grupo e ama Pedro Bala; Barandão e Almiro, pederastas que vivem um romance escondido. Sem-pernas, menino de perna coxa, mas muito importante para os capitães; João Grande, o braço direito de Pedro Bala; Padre José Pedro, um velho conhecido dos capitães que faz uma espécie de evangelização e D'aninha, macumbeira que atua com mãe, médica e conselheira.

Sobre a obra: O livro aborda uma questão social que sempre esteve presente na vida da maioria dos brasileiros, a pobreza. Mas neste caso, sob o ponto de vista dos “Capitães da Areia”, grupo de meninos órfãos que vivem num velho trapiche abandonado no areal e que furtam para sobreviver, e, bem, por diversão. E por se tratar de uma história contada sob a perspectiva de crianças, embora os quase cem integrantes já terem gozado dos prazeres adultos, há toda uma fantasia envolvida que leva o leitor a imaginar a beleza da liberdade. Em uma das mais belas e simples situações vividas por eles, na qual há o encantamento de todos por um singelo carrossel, pude perceber a riqueza daquelas descrições de olhos vidrados, da paixão por todo um conjunto de luzes, música e imaginação. Faz uma crítica também aos reformatórios, que em vez de levar à risca o nome que leva, mesmo não tendo certeza de que alguém pode ser reformado, submete os pobres garotos à tratamentos cruéis. Lembro bem das lembranças de um dos personagens de perna coxa que passara pelo reformatório. Dizia ele haver guardas que o surravam tanto que o levara ao desmaio por diversas vezes, enquanto outros olhavam-no com desdém. Além disso tudo, cita outras questões que atravessam gerações, mas que é um tema tão atual. Estupro e Homossexualidade. Estupro praticado pelos próprios capitães, quando estes encontravam mulheres perdidas ou sozinhas no areal, e homossexualidade, que o autor prefere chamar de pederastia, entre alguns meninos que se relacionavam às escondidas.  

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