quarta-feira, 9 de maio de 2018

O médico e o monstro - Robert Louis Stevenson


Título: O Médico e o Monstro
Autor: Robert Louis Stevenson

Editora: Hedra
Ano: 2012
Número de páginas: 114

É comum ouvirmos por aí que o ser humano possui uma personalidade múltipla ou, como diriam alguns, que nos utilizamos de máscaras para nos adaptarmos a cada espaço. Independentemente da definição para esta verdade, somos formados por dois lados distintos: o bem e o mal.
E se fosse possível criar uma substância com a qual fosse pudéssemos separar essas duas partes do ser humano? Quais seriam os resultados?
O médico e o monstro, clássico da literatura inglesa, nos conta a história de Henry Jekyll, médico bem sucedido e de grande importância na sociedade britânica e que, por este motivo, se sente obrigado a aprisionar o lado mais obscuro de sua constituição humana. Sendo assim, fica em abstinência de seus desejos "inconfessáveis".
Na tentativa de separar estas duas partes de si mesmo, o Dr. Jekyll cria uma certa substância capaz de externar seu lado obscuro, que por não ter sido muito desenvolvido em sua vida, acaba por ser hum homem de baixa estatura, deformando e inescrupuloso, que possui em sua expressão a mais completa hostilidade e falta de caráter possível a uma pessoas. É assim que tomamos conhecimento do Edward Hyde. Sendo Hyde, Jekyll consegue usufruir dos prazeres da vida sem que sua reputação sofra abalos.
Mas o que o doutor não sabia é que o gênio maligno de Hyde ultrapassaria todos os limites e mataria Sir Danvers Carew, e que começaria a ter controle sobre as transformações dos dois. Henry entra em desespero e definha a cada dia tentando aprisionar em si mesmo "o filho do inferno" que despertara e trouxera ao mundo.
Sabemos por fim que a consciência virtuosa de Jekyll morre deixando para trás apenas Hyde e que este comete suicídio antes que seja capturado pela polícia por seu crime e condenado a forca.
O livro é incrível, apesar de curtinho, é uma leitura prazerosa e nos faz questionar sobre nossa essência enquanto seres humanos. Até que ponto estamos dispostos a dar vasão aos nossos sentimentos e desejos mais profundos e aonde estes nos levariam?

Por Íris Constantino
Frases destacadas durante a leitura:
"Eu arrisco a suposição de que o homem acabará sendo reconhecido como uma assembleia de inquilinos múltiplos, incongruentes e autônomos" "Comecei a perceber, mais profundamente do que alguém jamais afirmou fazê-lo, a trêmula imaterialidade, a transitoriedade de névoa deste corpo aparentemente tão sólido que nos serve de vestimenta"
"Porque aprendi às minhas próprias custas que a desgraça e fardo da existência estão pousados para sempre nos nossos ombros, e quando tentamos nos ver livres deles o seu peso volta a nos oprimir com uma pressão inaudita e ainda mais terrível"

Nenhum comentário:

Postar um comentário